No âmbito do seu programa de defesa o Japão pretende elaborar novos mísseis para proteger regiões distantes do país, inclusive as ilhas disputadas.
A mídia japonesa informou que os mísseis terra-mar com alcance de cerca
de 300 quilômetros (suficiente para defender as ilhas Senkaku disputadas
com a China) poderão ser instalados em Miyakojima e em outras ilhas do
arquipélago Sakishima em 2023. O Japão prevê financiamento para esses
fins já em 2017.
Essa notícia causou uma onda de críticas na mídia chinesa que
interpretou os planos do Japão como preparativos para uma possível
guerra ofensiva.
Analistas chineses têm várias opiniões quanto à questão. Há quem diz que
os mísseis podem ser apontados contra as regiões costeiras da China. Se
o alcance dos mísseis japoneses for confirmado, isso pode significar
que o país está pronto para confronto sério. Outros opinam que estes
mísseis ultrapassam os Russos S-300 em termos de alcance.
Bloggers japoneses dão uma série de sugestões nas redes sociais
referentes à possível instalação de complexos de defesa antimíssil
japoneses.
Será que as ilhas disputadas no oceano Pacífico se tornarão locais de conflito armado entre o Japão e
a China? Eis a opinião de Vladislav Shurygin, especialista na área
militar:
"Na verdade, o Japão não tem interesse em travar uma guerra contra a
China. Em primeiro lugar, os dois países são economicamente
interligados. O conflito vai gerar consequências muito graves para a
economia japonesa que tem enfrentado dificuldades ao longo dos últimos
dez anos, e por agora não se vê saída. Se analisarmos o setor de
energia, o Japão ainda não se recuperou das consequências do tsunami e
do acidente na usina de fukushima.
] Por isso o país precisa de anos de tranquilidade para se recuperar. Em
segundo lugar, as forças de autodefesa japonesas não têm potencial
ofensivo que permita ao Japão de ser adversário da China. A Marinha
japonesa, apesar de ser moderna e numerosa, não possui nem tropas
paraquedistas, nem força de ataque que lhe permita "reservar" estas
ilhas.
Quer dizer, as tropas de autodefesa, pelo menos nessa etapa, não
estão prontas para realizar uma expansão séria onde quer que seja.
Quanto à China, já há muito tempo que ela traçou suas prioridades de se
tornar líder do Círculo Pacífico e de concorrer com seu antigo
adversário político na região – Japão. Mas a China compreende
perfeitamente que atrás do Japão, estão os EUA com seu exército poderoso
e interesse no Círculo Pacífico. Em termos militares, é um rival muito
mais sério do que o Japão".
No início de agosto, os EUA enviaram uma esquadrilha de bombardeiros estratégicos B-1B Lancer
à sua base de Guam. O envio foi impulsionado devido aos testes
nucleares realizados pela Coreia do Norte. Mas será que isso pode ser
uma alerta para a China?
Destaca-se que o projeto que visa reforçar a proteção das ilhas foi
incluso no programa de segurança nacional japonês ainda em 2013. Nesta
época, o país estava planejando construir seus próprios mísseis com
alcance de 500 quilômetros até 2016, mas, por fim, o Ministério de
Defesa japonês teve que desistir desses planos.
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