segunda-feira, 23 de maio de 2016

Depois de comprar 20 helicópteros por apenas USD 3 milhões (!) Ministério da Defesa argentino vai a uma fábrica checa de blindados atrás de outras pechinchas…

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Linha de produção da Excalibur, na República Checa

A ordem do governo Mauricio Macri para os militares argentinos é pechinchar.

Depois de negociar na Itália a compra de 20 helicópteros utilitários AB206, dez metralhadoras pesadas e cinco macas por apenas 3 milhões de dólares, o Secretário de Logística do Ministério da Defesa argentino, Walter Ceballos, estará, nesta terça-feira (24.05), na cidade checa de Sternberk para conhecer, na sede da empresa Excalibur, o principal centro de reforma de viaturas de transporte de pessoal da família de blindados BMP existente fora da Rússia.

A notícia é ainda mais curiosa, quando se leva em consideração que, há exatamente um ano, o mesmo Ministério da Defesa – sob o comando do então ministro (kirchnerista) Agustín Rossi – anunciou a aquisição de 110 viaturas blindadas sobre rodas Norinco VN-1, que seriam entregues a unidades de elite do Exército local.

Por enquanto não se sabe quais tipos de blindados despertam o interesse de Ceballos (talvez nem ele próprio saiba).

Comparativo – Além de mais de uma dezena de velhos modelos de IFV (Infantry Fighting Vehicles) desenvolvidos na extinta União Soviética, submetidos a modernização, a Excalibur também produz carros modernos, como o modelo Sakal BVP-M2 6×6.

O Sakal checo mede 7 m de comprimento por 3,2m de largura, e transporta 3 tripulantes e 6 passageiros (soldados da Infantaria). O VN-1 chinês tem 8 m de comprimento, 2,1 m de largura e carrega uma fração de tropa maior: 11 combatentes.

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Acima o Sakal checo; abaixo o VN-1 chinês

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Apresentado pela primeira vez na mostra internacional de Defesa IDEB 2014, na cidade eslovaca de Bratislava, o Sakal foi levado, nesse mesmo ano, à exposição francesa Eurosatory.

Planos – Nas últimas semanas, diferentes autoridades da Pasta da Defesa e da Marinha da Argentina vêm anunciando planos que denotam a preocupação do governo Macri de preservar a capacidade operacional das suas unidades em terra, mar e ar, gastando o mínimo possível – como no caso dos helicópteros comprados recentemente na Itália.

Eis algumas dessas iniciativas:

Redução do gasto com a operação dos aviões de transporte – A Força Aérea Argentina está considerando a possibilidade de investir na compra de bimotores italianos de carga C-27J Spartan, ou em aeronaves Airbus C-295 (também de dois motores), para evitar a aquisição de novos quadrimotores do tipo C-130 Hércules.

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O Spartan C-27J italiano

E isso não apenas para economizar no valor da aquisição de um Lockheed Martin C-130 (o modelo H está cotado no mercado internacional a 30,1 milhões de dólares). A ideia é evitar o custo operacional dessa aeronave.

A hora de voo de um Hércules está estimada, na média (dependendo do modelo da aeronave), em 3.500 Euros (13.800 Reais), e é considerada muito elevada para o atual estágio das finanças da Aviação Militar Argentina;

Preservação dos helicópteros Sea King, da Marinha, para a assistência às bases argentinas na Antártida – O Comandante da Marinha Argentina, vice-almirante Marcelo Eduardo Srur declarou, no mês passado, que sua Força irá “recuperar” os helicópteros S-61 Sea King da 2ª Esquadrilha Aeronaval de Helicópteros – todos com mais de 30 anos de uso – para que eles possam participar da campanha antártica 2016-2017.

Parte dessas aeronaves – dez no total, todas ex-US Navy e ex-Marines – chegou à Argentina na década de 1990; as últimas foram recebidas entre os anos de 2008 e 2009. Mas só a metade da frota está ainda em condições de voar – e assim mesmo com restrições.

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Um dos Sea Kings recebidos pela Armada Argentina nos anos de 2000

A decisão de conservá-las deriva da circunstância de que a Argentina não conseguiu financiamento (entre 20 e 30 milhões de dólares) para comprar dois helicópteros russos Mi-17.

Recuperação dos caças navais Dassault Super Étendard – O almirante Srur também anunciou a devolução ao voo dos caças navais franceses Super Étendard, recebidos da França no início da década de 1980.

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Super Étendard argentino

A deliberação de recuperar essas aeronaves, que nunca passaram por uma modernização orientada pela fabricante Dassault, pode ter a ver com a disponibilização, por parte da Marinha francesa, de suprimentos dos Étendard da versão SEM (Modernizada), estacionados na base aeronaval de Landivisiau, que serão aposentados no mês que vem.

Importação de equipamentos americanos via Foreign Military Sales (FMS) – Semana passada, os Secretários Ángel Tello e Walter Ceballos, do Ministério da Defesa argentino, negociaram em Washington, junto à Secretária-Adjunta de Defesa para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Rebecca Chávez, um maior acesso a itens das Forças Armadas americanas considerados pelo governo Barack Obama como “artigos de Defesa excedentes” (EDA na sigla em inglês).

A negociação deve suprir necessidades do Exército e da Força Aérea argentinos. Existe a expectativa de que, nesse lote de importações a serem realizadas com valores reduzidos, sejam incluídos suprimentos que permitam a recuperação de ao menos cinco células do caça A-4AR Fightinghawk.


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A-4AR Fightinghawk da Força Aérea Argentina


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