quinta-feira, 12 de maio de 2016

Rússia – Trabalha o Mercado da América Latina

O mercado da América Latina representa cerca de 5% das exportações de armamentos russas e o governo de Moscou planeja aumentar esta fatia.

 Brasília — A Rússia realiza uma grande ofensiva no mercado latino-americano nas áreas aeroespacial e de defesa. Como parte deste esforço, a Irkut e a Rosoboronexport apresentaram o Yak-130 para a concorrência para um novo treinador da Força Aérea do Chile. Faz parte dos planos do fabricante integrar um radar brasileiro, o Scipio, entre as versões futuras. O equipamento, fabricado pela MECTRON, foi selecionado pela Força Aérea Brasileira para o projeto de modernização dos aviões de ataque AMX (A-1M, na nomenclatura oficial).

Graças a um Sistema de Controle de Voo (FCS) e a um sistema de comando eletrônico inovadores (Fly by Wire — FBW), o YAK-130 simula o comportamento de aeronaves de combate e de transporte pesado, o que flexibiliza a formação de pilotos e reduz a necessidade de frotas separadas para as missões, diminuindo os custos de manutenção.

Além disto, o avião pode realizar missões de ataque leve ou de vigilância de fronteira. Equipado com datalink, atende aos requerimentos de combate aos crimes transnacionais, como o tráfico de drogas e contrabando de minérios preciosos e de armas.

O portfólio completo da Rosoboronexport ´para as forças aéreas da América do Sul inclui, além do Yak-130, três aviões de caça, o MiG-29M2 e os Sukhoi Su-30 e Su-35; três helicópteros de ataque, o Kamov Ka 52 e os Mil Mi-35 e Mi-28; três helicópteros de transporte, o Kamov Ka-32 e os Mil Mi-17 e Mi-26 (o maior em operação); e leves, Kamov Ka-226 e Mil Ansatt.


Helicópteros

O assento ejetor empregado pelo helicóptero Kamov Ka-52, o único equipado com sistemas de salvamento da categoria, torna o aparelho em uma atração à parte. O sistema desconecta as asas rotativas dos rotores e rompe a proteção blindada do canopy antes de ejetar a tripulação, que se aloja lado a lado na cabine de combate.

A empresa destaca o desempenho dos helicópteros em missões de combate reais. Os três modelos de ataque fabricados pela Federação Russa — os Mil Mi-24 e 35 e o Kamov Ka-52 — foram peças fundamentais para os bons resultados da intervenção de Moscou a favor do governo sírio.

Helicóptero de ataque noturno Mi-28

 No Brasil, a Aviação do Exército prepara um estudo para reformular sua frota. Em lugar de um helicóptero dedicado de ataque, pode ser adotado um modelo de transporte armado. O Mil Mi-17 responde este requerimento com perfeição. Pode carregar 36 soldados armados, pequenas viaturas, artilharia de 105 mm e conta com quatro pontos para carregar foguetes, mísseis e canhões.

O Exército Colombiano emprega seus Mi-8 e Mi-171 como plataforma para mísseis israelenses Spike, guiados a laser, que possuem um alcance de 20 km. Na conferência também foi destacado o grande impacto operacional que a introdução dos Mil Mi-26, o maior helicóptero existente, capaz de transportar cargas de até 20 toneladas, poderia trazer no apoio às atividades de defesa civil, militares, petroleiras e de mineração.

Mi-171 em uso pela Colômbia, Venezuela, Peru e possivelmente em negociação com a Argentina.

A imprensa argentina informa que está em negociação a aquisição de dois Mi-171 para operação na antártica. Operariam com outros dois que os argentinos já operam na região.

No combate a incêndios, chama atenção a capacidade do Ka-32. Trata-se do único helicóptero dotado de um canhão de água frontal que permite seu uso em ambiente urbano. Os produtos da Kamov adotam rotores contrarrotativos colocados verticalmente, o que torna a fuselagem mais compacta, amplia a capacidade de carga e reduz as dimensões do aparelho.

A concepção do Kamov Ka-226 é peculiar. O projeto é modular e containers especiais para cada missão podem ser acoplados à cabine de pilotagem.

 
Caças

A reconhecida maneabilidade dos caças da Sukhoi é um dos pontos de destaque da carteira da Rosoboronexport para a América Latina. O Su-30 é uma estrela dos shows aéreos, com incrível controle horizontal e vertical. Os aparelhos da família iniciada pelo Sukhoi 27 são os únicos capazes de realizar o Cobra Pugachev, na qual o avião se recupera depois de se manter parado no ar com o nariz apontando para trás em um ângulo vertical de 120 graus.

Mig-35 as empresas russas procurar revitalizar a empresa MiG no mercado internacional.


Empregando um radar de varredura eletrônica passiva ele consegue engajar 15 alvos simultaneamente com solução de tiro para oito disparos imediatos. O radar tem uma abertura de 120 graus em todas as posições com um alcance de 400 km para um alvo de 1 m². A carga total é de 8 mil quilos distribuídos em 12 pontos fixos nas asas e fuselagem.

São capacidades impressionantes, mas o Su-35 consegue superá-las. Ele pode controlar 30 alvos inimigos simultaneamente, engajando oito imediatamente. Os dois aviões conseguem operar confortavelmente a 3 mil quilômetros de suas bases sem reabastecimento em voo.

O top Sukhoi Su-35. Na espera do T50 o caça Su-35 é o mais avançado do arsenal russo.


 A Rosoboronexport também apresentou ao mercado latino-americano o MiG-29M2, uma alternativa menos sofisticada que os aparelhos da linha Sukhoi, mas com um radar capaz de acompanhar dez alvos e engajar quatro simultaneamente. A capacidade de carga atinge 6 mil quilos distribuídos em nove pontos fixos.

YAK-130 oferecido como treinador avançado à Força Aérea do Chile, FACh, Na oferta consta a adoção do radar Scipio fabricado pela MECTRON para o AMX A-1M.

 Todos os modelos foram concebidos para um ambiente de rede, com datalinks alimentados por aeronaves de alerta antecipado, estações terrestres e de outros aviões de combate, permitindo que parte da formação fique sem emitir recebendo sinais da aeronave líder. Outra característica importante é a capacidade de acompanhar e de engajar, simultaneamente, alvos aéreos e terrestres.



Mercado civil

Para o público civil, a Irkut e a Sukhoi apresentam o MC-21 e o Sukhoi Superjet 100 (SSJ-100). O MC-21, que se encontra em fase final de montagem, será o primeiro avião russo a empregar superfícies alares totalmente construídas em material composto. Em configuração narrow body de um corredor, a ideia é fabricá-lo em duas versões, capazes de levar até 211 passageiros na versão principal e 173 na de fuselagem reduzida. O aparelho entraria em competição direta com a família 737 da Boeing e cobriria um vazio surgido com a retirada de produção da família 757.

Il-76 atualmente em um extenso processo d modernização. Será um competidor duro ao EMBRAER KC-390
 
 A Sukhoi, por sua vez, mostra como trunfo os bons resultados da operação do SSJ-100 pela empresa mexicana Interjet. O aparelho, que concorre na faixa do Embraer E-190, conseguiu acumular uma excelente folha de serviços nos 30 meses de operação no país latino-americano. A frota, com 20 unidades, acumulou 53 mil horas de voo e apresentou um índice de disponibilidade de 99%.



Mísseis e satélites

A Almaz-Antey pretende colocar uma extensa gama de produtos. A oferta inclui centros de controle de voo civil automatizados e complexos antiaéreos. Entre os equipamentos antiaéreos se encontram armas veteranas, mas inteiramente válidas no ambiente de guerra moderno, como o OSA AKM-1 (responsável pela maioria dos alvos abatidos pelos rebeldes na guerra civil da Ucrânia), Tunguska M1 e o BUK-M2E. O protfólio também inclui sistemas de primeiríssima linha, como o TOR M2 e o S-400 Triumph, superiores aos concorrentes ocidentais. Estes equipamentos, empregados em conjunto, montam uma cúpula de proteção entre as altitudes de 12 a 30 mil metros. O alcance vai de cinco a 325 quilômetros.

Entre as ofertas russas à América Latina se encontram sistemas de radar contra aviões furtivos. O complexo 55Zh6ME

A organização Reshetnev, complexo criado com a união de todas as empresas que ofereciam serviços de satélite, oferece nove constelações de posicionamento global (Glonass) e de comunicação foram apresentadas ao público, uma delas formada por microssatélites para comunicação pessoal.
  



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