Dilma corta orçamento para modernizar caças da FAB
Com a célula revitalizada, o A-1M teve sua vida útil ampliada em mais 20 anos (FAB) |
Uma alteração na Lei de Orçamento para 2016, decretada pela presidente
Dilma Rousseff, nesta quarta-feira (11), autorizou o deslocamento de
recursos antes destinados a investimentos para a manutenção em vários
órgãos do governo. A maior movimentação aconteceu no quadro da
Aeronáutica: uma verba de R$ 101 milhões, antes prevista para dar
continuidade ao programa de modernização do caça-bombardeiro A-1 neste
ano, agora será aplicada na compra de combustível e revisão das
aeronaves atuais.
Naquela época, o programa avaliado em US$ 400 milhões previa a modernização de 43 aeronaves no período de cinco anos. Após uma série de contratempos com renegociações de contrato, a primeira aeronave, designada “A-1M”, foi entregue a Aeronáutica somente em 2013. Desde então, a FAB recebeu apenas outros dois caças AMX com a nova configuração.
Nesse mesmo tempo, a força aérea da Itália, o outro usuário do AMX (desenvolvido pela Embraer em parceria com fabricantes italianos), realizou uma modernização semelhante a proposta ao modelo brasileiro em 52 jatos de sua frota. Os italianos atualizaram seus aviões entre 2006 e 2012 e o programa custou US$ 350 milhões.
Já os investimentos nos programas de desenvolvimento do cargueiro militar Embraer KC-390 e parceria para construção do caça Saab Gripen NG, não foram prejudicados no orçamento.
A FAB recebeu apenas 3 jatos A-1M com os novos equipamentos de bordo (FAB) |
Na ativa com a FAB desde 1989, o A-1 é um avião militar versátil: pode atuar em uma variedade de missões, de caça-bombardeiro à operações de reconhecimento. No entanto, os equipamentos da aeronave da primeira geração, como sensores de busca e controles de armas, estão ultrapassados.
Na versão modernizada, o A-1M é um avião de combate melhor preparado para as ameaças modernas. O design do AMX é o mesmo, mas seu interior contém algumas das tecnologias militares mais avançadas em seu segmento.
Os equipamentos de voo são distribuídos em telas digitais e um novo sistema de geração de oxigênio para a cabine permite ao avião (e ao piloto) voar em grandes altitudes por mais tempo. O A-1M também possui um sistema mais avançado de alerta e contramedidas (flares e chaff) contra mísseis.
O novo radar “multi-modo” do A-1M tem alcance de até 80 km (FAB) |
As principais alterações tecnológicas da aeronave são os novos sensores de busca por infla-vermelho e o radar “multi-modo”, que pode atuar em busca de aviões ou mapeando o terreno por onde voa. Esses equipamentos permitem ao A-1M “enxergar” até 80 km à frente e disparar suas armas com precisão.
Durante o processo de instalação dos novos equipamentos, a estrutura e asas dos caças também são completamente revitalizadas, o que aumenta a vida útil programada do avião. Os A-1M da FAB, por exemplo, tem capacidade para continuar voando até meados de 2032. Já os A-1 da primeira geração talvez não consigam seguir na ativa por tanto tempo, ao menos se o programa não for continuado.
Os caça-bombardeiros AMX fabricados pela Embraer são operados pelos esquadrões “Poker” e “Centauro”, na Base de Santa Maria (RS), e pelo esquadrão “Adelphi”, na Base de Santa Cruz (RJ).
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