Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante evento em Hanói. 23/05/2016 REUTER/Luong Thai Linh/Pool |
HANÓI (Reuters) – O presidente dos
Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta segunda-feira que
Washington irá suspender totalmente um embargo à venda de armas letais
ao Vietnã, enfatizando o avanço nas relações entre os dois ex-inimigos
em meio a um cenário de tensões crescentes com Pequim por causa do Mar
do Sul da China.
Durante um almoço de Estado suntuoso em
Hanói, o presidente vietnamita, Tran Dai Quang, brindou a primeira
visita de Obama ao país como a chegada de uma primavera calorosa após um
inverno de frio intenso.
Obama, terceiro mandatário
norte-americano a visitar o Vietnã desde que os laços entre as duas
nações foram reestabelecidos em 1995, fez do “reequilíbrio” estratégico
com a região um dos pilares de sua política externa.
O Vietnã, onde os EUA guerrearam até
1975, se tornou uma parte essencial dessa estratégia em um pano de fundo
de crescimento do poderio militar chinês e de seus clamores de
soberania no Mar do Sul da China.
A decisão de encerrar o embargo de
armas, que se deu após um debate intenso dentro do governo Obama, leva a
crer que as preocupações dos EUA com a assertividade da China pesaram
mais do que os argumentos de que o Vietnã não fez o suficiente para
melhorar seu histórico de direitos humanos e que Washington irá perder a
chance para pressionar por reformas.
Em uma coletiva de imprensa com Quang,
Obama disse que as disputas no Mar do Sul da China deveriam ser
resolvidas pacificamente, e não por quem “tem a mão mais pesada”, mas
insistiu que a suspensão do embargo não tem relação com a China.
Mais tarde ele acrescentou que sua
visita a um ex-rival mostrou que “os corações podem mudar e que a paz é
possível”, e que a venda de armas irá depender do comitê de direitos
humanos do Vietnã e será analisada caso a caso para se concretizar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário