Os EUA têm poucos recursos de
inteligência voltados para a ameaça da Rússia e deve concentrar as suas
capacidades técnicas no poderio militar crescente de Moscou, disse o
principal comandante militar da Organização do Tratado do Atlântico
Norte (OTAN), Philip Breedlove.
Os EUA começaram a aumentar o número de
analistas de inteligência avaliando a Rússia, que chegou a 13 mil no
auge da Guerra Fria e depois caiu para o patamar mínimo de 1 mil há três
anos, disse Breedlove, em entrevista.
Breedlove afirmou que os EUA precisam de
recursos de inteligência mais técnicos, do tipo de satélites espiões que
o país usa para monitorar tanto movimentos de tropas quanto campos de
treinamento de terroristas, com foco na ameaça da Rússia. "Vemos que a
Rússia não aceitou a mão de parceria, mas escolheu um caminho de
beligerância", disse o general Breedlove. "Precisamos rever para onde
estamos indo."
O general vai deixar o cargo este mês,
após três anos na principal posição militar na OTAN, um período em que
supervisionou a transformação da aliança do foco em capacidades
expedicionárias, como no Afeganistão, para a defesa da Europa ante a
agressão da Rússia. Esta semana, o general Breedlove será sucedido pelo
general Curtis Scaparrotti, o atual comandante das Forças dos EUA na
Coreia e um ex-comandante sênior no Afeganistão.
"Nós não estávamos focados em Rússia
quando cheguei há três anos porque ainda estávamos tentando lançar um
paradigma que levasse a Rússia para o conjunto de valores ocidentais",
disse Breedlove. "A Rússia escolheu um caminho diferente ou eles já
estavam nesse caminho e nós não reconhecemos isso."
Autoridades russas disseram repetidas
vezes que é a Otan e os EUA que têm sido os agressores, ao expandir a
aliança para as fronteiras da Rússia e militarizar a região do Báltico.
Fonte: Dow Jones Newswires.
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